19 de jun. de 2011

 A Maria-faceira é uma ave Ciconiforme da família Ardeidae. Mede 53 cm de comprimento. O nome “faceira” está ligado às cores espetaculares da cabeça.

Uma das mais belas e coloridas garças brasileiras, vive solitária, aos casais ou em grupos familiares.  Os indivíduos jovens possuem uma coloração esmaecida, mas se parecem muito com os adultos.

Comum, habita campos secos, plantações, pastos, cerrados, campos de cupim, beiras de rios e lagos e lugares pouco alagados. Raramente caminha em águas rasas.  A espécie se beneficia da alteração antrópica em seu habitat, expandindo sua ocorrência com o desmatamento.

Anda a passos largos e calculados, como se observasse um perigo ou uma oportunidade de conseguir alimento.

Alimenta-se de insetos e pequenos peixes, ajudando a livrar os pastos das pragas. No final da tarde pousa em árvores altas para dormir.

Em voo, emite um suave tom aflautado e voa com o pescoço esticado, diferindo de outras garças.

Reproduz-se em casais isolados, fazendo o ninho (uma plataforma rala de gravetos) sobre árvores e arbustos, botando ovos levemente manchados.

Espécie de ampla ocorrência no estado. Comum.

25 de jan. de 2011

O Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri)


.  É uma ave Psittaciforme da família Psittacida

Caracterísiticas: Mede 23 cm de comprimento. Possui coloração geral verde, asas em um tom mais escuro. Caracteriza-se pelas faixas amarelas presentes nas asas, fato que lhe rendeu o nome popular.

Alimentação: Possui uma dieta variada, utilizando várias espécies botânicas como fonte de alimento. Alimenta-se principalmente de frutos, mas também de sementes e flores. Gosta dos frutos das palmeiras e na cidade, visita os quintais com árvores frutíferas, especialmente goiabeiras (obs. pessoal), deliciando-se de seus frutos. Contribui com a dispersão de sementes, deixando as cair no solo, ou as eliminando pelas fezes.

Reprodução: Nidifica nas escarpas rochosas das chapadas, em barrancos e cupinzeiros arbóreos, ou em ocos de árvores (Sigrist, 2009), também podendo utilizar ninhos abandonados de joão-de-barro. A postura é de até 5 ovos.

Hábitos: São aves barulhentas, vocalizando constantemente enquanto voam ou durante suas algazarras na vegetação, de modo que muitas vezes é difícil encontrá-los, pois se camuflam com o verde de seu habitat (obs. pessoal). Vivem em bandos de tamanhos variáveis, provavelmente se isolando em casais na época de reprodução. Quando em vôo percebe-se o belo contraste de cores entre o amarelo das asas e os tons de verde de sua plumagem.

Habitat: Vive em cerrados, matas ciliares, matas de galeria, matas secas, campos com árvores esparsas, chapadas, buritizais, chácaras e áreas urbanas. Parece ser mais abundante nas cidades do que em seu habitat natural, encontrando condições propícias de sobrevivência em ambientes com alteração antrópica.

Distribuição e ocorrência em Goiás: De ampla ocorrência em todo o estado, é o psitacídeo mais comum de Goiás.

Texto e fotos: Felipe Moreira

22 de dez. de 2010

Espécies de aves com ocorrência registrada no município de Anápolis-Go

Família Rheidae
1-Ema (Rhea americana)

Família Tinamidae
2-Jaó (Crypturellus undulatus)
3-Inhambu-xororó (Crypturellus parvirostris)
3-Perdiz (Rhynchotus rufescens)
4-Codorna-amarela (Nothura maculosa)

Família Anhimidae
5-Anhuma (Anhima cornuta)

Família Anatidae
6-Asa-branca (Dendrocygna autumnalis)
7-Irerê (Dendrocygna viduata)
8-Pé-vermelho (Amazonetta brasiliensis)
9-Pato-do-mato (Cairina moschata)

Família Cracidae
10-Mutum-de-bico-amarelo (Crax fasciolata)

Família Phalacrocoracidae
11-Biguá (Phalacrocorax brasilianus)

Família Anhingidae
12-Biguatinga (Anhinga anhinga)

Família Ardeidae
13-Savacu (Nycticorax nycticorax)
14-Garça-vaqueira (Bubulcus ibis)
15-Garça-moura (Ardea cocoi)
16-Garça-branca-grande (Ardea alba)
17-Garça-branca-pequena (Egretta thula)
18-Maria-faceira (Syrigma sibilatrix)

Família Threskiornithidae
19-Coró-coró (Mesembrinibis cayennensis)
20-Tapicuru-de-cara-pelada (Phimosus infuscatus)
21-Curicaca (Theristicus caudatus)

Família Cathartidae
22-Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus)
23-Urubu-rei (Sarcoramphus papa)

Família Accipitridae
24-Gaviãozinho (Gampsonyx swainsonii)
25-Gavião-peneira (Elanus leucurus)
26-Gavião-caboclo (Rostrhamus sociabilis)
27-Gavião-preto (Buteogallus urubutinga)
28-Gavião-carijó (Rupornis magnirostris)
29-Gavião-de-rabo-branco (Buteo albicaudatus)
30-Gavião-pedrês (Buteo nitidus)
31-Gavião-de-rabo-barrado (Buteo albonotatus)

Família Falconidae
32-Carcará (Caracara plancus)
33-Carrapateiro (Milvago chimachima)
34-Acauã (Herpetotheres cachinnans)
35-Quiriquiri (Falco sparverius)
36-Falcão-de-coleira (Falco femoralis)

Família Rallidae
37-Saracura-três-potes (Aramides cajanea)
38-Saracuruçu (Aramides ypecaha)
39-Saracura-do-mato (Aramides saracura)
40-Sanã-castanha (Laterallus viridis)
41-Sanã-parda (Laterallus melanophaius)

Família Jacanidae
42-Jaçanã (Jacana jacana)

Família Podicipedidae
43-Mergulhão-pequeno (Tachybaptus dominicus)

Família Cariamidae
44-Seriema (Cariama cristata)

Família Charadriidae
45-Quero-quero (Vanellus chilensis)

Família Columbidae
46-Rolinha-de-asa-canela (Columbina minuta)
47-Rolinha-roxa (Columbina talpacoti)
48-Fogo-apagou (Columbina squammata)
49-Pararu-azul (Claravis pretiosa)
50-Pombo-doméstico (Columba livia)
51-Pombão (Patagioenas picazuro)
52-Pomba-galega (Patagioenas cayennensis)
53-Pomba-amargosa (Patagioenas plumbea)
54-Pomba-de-bando (Zenaida auriculata)
55-Juriti-pupu (Leptotila verreauxi)
56-Juriti-gemedeira (Leptotila rufaxilla)

Família Psittacidae
57-Maracanâ-pequena (Diopsittaca nobilis)
58-Periquitão-maracanã (Aratinga leucophthalma)
59-Jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga auricapillus)
60-Periquito-rei (Aratinga aurea)
61-Tuim (Forpus xanthopterygius)
62-Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri)
63-Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva)
64-Curica (Amazona amazonica)
65-Maitaca-de-cabeça-azul (Pionus meenstrus)

Família Cuculidae
66-Alma-de-gato (Piaya cayana)
67-Papa-lagarta-acanelado (Coccyzus melacoryphus)
68-Anu-preto (Crotophaga ani)
69-Anu-coroca (Crotophaga major)
70-Anu-branco (Guira guira)
71-Saci (Tapera naevia)
72-Peixe-frito-verdadeiro (Dromococcyx phasianllus)

Família Tytonidae
73-Suindara (Tyto alba)

Família Strigidae
74-Caburé (Glaucidium brasilianum)
75-Coruja-orelhuda (Asio clamator)
76-Corujinha-do-mato (Megascopis choliba)
77-Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)

Família Nyctibidae
78-Mãe-da-lua (Nyctibius griseus)

Família Caprimulgidae
79-Corucão (Podager nacunda)
80-Bacurau-chintã (Caprimulgus parvulus)
81-Bacurau-tesoura (Hydropsalis torquata)

Família Trochilidae
82-Rabo-branco-rubro (Phaethornis ruber)
83-Rabo-branco-acanelado (Phaethornis pretrei)
84-Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura)
85-Beija-flor-cinza (Aphantochroa cirrochloris)
86-Beija-flor-preto (Florisuga fusca)
87-Beija-flor-de-orelha-violeta (Colibri serrirostris)
88-Beija-flor-de-veste-preta (Anthracothorax nigricollis)
89-Besourinho-de-bico-vermelho(Chlorostibon lucidus)
90-Beija-flor-tesoura-verde (Thalurania furcata)
91-Beija-flor-de-papo-branco (leucochloris albicollis)
92-Beija-flor-de-bico-curvo (Polytmus guainumbi)
93-Beija-flor-de-banda-branca (Amazilia versicolor)
94-Beija-flor-de-garganta-verde (Amazilia fimbriata)
95-Beija-flor-de-peito-azul (Amazilia lactea)
96-Bico-reto-cinzento (Heliomaster longirostris)

Família Alcedinidae
97-martim-pescador-grande (Megaceryle torquata)
98-Martim-pescador-verde (Chloceryle amazona)

Família Momotidae
99-Udu-de-coroa-azul (Momotus momota)

Família Galbulidae
100-Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda)

Família Bucconidae
101-João-bobo (Nystalus chacuru)
102-Chora-chuva-preto (Monasa nigrifrons)

Família Ramphastidae
103-Tucanuçu (Ramphastos toco)
104-Araçari-castanho (Pteroglossus castanotis)

Família Picidae
105-Pica-pau-anão-escamado (Picumnus albosquamatus)
106-Birro (Melanerpes candidus)
107-Benedito-de-testa-amarela (Melanerpes flavifrons)
108-Picapauzinho-anão (Veniliornis passerinus)
109-Picapauzinho-verde-carijó (Veniliornis spilogaster)
110-Pica-pau-chorão (Veniliornis mixtus)
111-Pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros)
112-Pica-pau-do-campo (Colaptes campestris)
113-Pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens)
114-Pica-pau-de-banda-branca (Dryocopus lineatus)
115-Pica-pau-de-topete-vermelho (Campephilus melanoleucus)

Família Thamnophilidae
116-Choró-boi (Taraba major)
117-Choca-barrada (Thamnophilus doliatus)
118-Choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens)
119-Choquinha-lisa (Dsythamnus mentalis)
120-Chorozinho-de-chapéu-preto (Herpsilochmus atricapillus)

Família Dendrocolaptidae
121-Arapaçu-de-cerrado (Lepidocolaptes angustifrons)
122-Arapaçu-beija-flor (Campylorhampus trochilirostris)

Família Furnariidae
123-João-de-barro(Furnarius rufus)
124-Petrim (Synallaxis frontalis)
125-Uí-pi (Synallaxis albescens)
126-Curutié (Certhiaxis cinnamomeus)
127-Fura-barreira (Hylocryptus rectirostris)

Família Tyrannidae
128-Teque-teque (Todirostrum poliocephalunm)
129-Ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum)
130-Guaracava-cinzenta (Myiopagis caniceps)
131-Guaracava-de-crista-alaranjada (Myiopagis viridicata)
132-Guaracava-de-barriga-amarela (Elaenia flavogaster)
133-Tuque (Elaenia mesoleuca)
134-Guaracava-de-topete-uniforme (Elaenia cristata)
135-Chibum (Elaenia chiriquensis)
136-Risadinha (Camptostoma obsoletum)
137-Alegrinho (Serpophaga subcristata)
138-Papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta)
139-Bico-chato-de-orelha-preta (Tolmomyias sulphurescens)
140-Suiriri-pequeno (Satrapa icterophrys)
141-Primavera (Xolmis cinereus)
142-Noivinha-branca (Xolmis velatus)
143-Princípe (Pyrocephalus rubinus)
144-Tesoura-do-brejo (Gubernetes yetapa)
145-Lavadeira-de-cara-branca (Fluvicola albiventer)
146-Viuvinha (Colonia colonus)
147-Suiriri-cavaleiro (Machetornis rixosa)
148-Bem-te-vi-pirata (Legatus leucophaius)
149-Bentevizinho-de-penacho-vermelho (Myiozetetes similis)
150-Bentevizinho-de-asa-ferrugínea (Myiozetetes cayanensis)
151-Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)
152-Bentevizinho-do-brejo (Philohydor lictor)
153-Bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus)
154-Neinei (Megarynchus pitangua)
155-Peitica (Empidonomus varius)
156-Peitica-de-chapéu-preto (Griseotyrannus aurantioatrocristatus)
157-Suiriri (Tyrannus melancholicus)
158-Suiriri-de-garganta-branca (Tyrannus albogularis)
159-Tesourinha (Tyrannus savana)
160-Maria-cavaleira (Myiarchus ferox)
161-Maria-cavaleira-pequena (Myiarchus tuberculifer)
162-Irré (Myiarchus swainsoni)
163-Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado (Myiarchus tyrannulus)
164-Freirinha (Arundinicola leucocephala)
165-Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta)

Família Pipridae
166-Soldadinho (Antilophia galeata)
167-Uirapuru-laranja (Pipra fasciicauda)

Família Tytiridae
168-Caneleiro-verde (Pachyramphus viridis)
169-Caneleiro-preto (Pachyramphus polychopterus)

Família Vireonidae
170-Pitiguari (Cyclarhis gujanensis)
171-Vite-vite-de-cabeça-cinza (Hylophilus pectoralis)

Família Corvidae
172-Gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus)
173-Gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon)

Família Hirundinidae
174-Andorinha-pequena-de-casa (Pygochelidon cyanoleuca)
175-Andorinha-morena (Alopochelidon furcata)
176-Andorinha-serradora (Stelgidopteryx ruficollis)
177-Andorinha-do-campo (Progne tapera)
178-Andorinha-doméstica-grande (Progne chalybea)
179-Andorinha-do-rio (Tachycineta albiventer)

Família Troglodytidae
180-Corruíra (Troglodytes musculus)
181-Garinchão-pai-avô (Pheugopedius genibarbis)
182-Garrinchão-de-barriga-vermelha (Cantorchilus leucotis)

Família Donacobiidae
183-Japacanim (Donacobius atricapilla)

Família Potiopilidae
184-Balança-rabo-de-máscara (Polioptila dumicola)

Família Turdidae
185-Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris)
186-Sabiá-barranco (Turdus leucomelas)
187-Sabiá-poca (Turdus amaurochalinus)
188-Sabiá-ferreiro (Turdus subalaris)

Família Mimidae
189-Sabiá-do-campo (Mimus saturninus)

Família Coerebidae
190-Cambacica (Coereba flaveola)

Família Thraupidae
191-Tempera-viola (Saltator maximus)
192-Tié-do-cerrado (Neothraupis fasciata)
193-Saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata)
194-Bandoleta (Cypsnagra hirundinacea)
195-Sanhaçu-cinzento (Thraupis sayaca)
196-Sanhaço-do-coqueiro (Thraupis palmarum)
197-Saíra-amarela (Tangara cayana)
198-Saí-andorinha (Tersina viridis)
199-Saí-azul (Dacnis cayana)
200-Saíra-de-papo-preto (Hemithraupis guira)
201-Figuinha-de-rabo-castanho (Conoriostrum speciosum)

Família Emberizidae
202-Tico-tico (Zonotrichia capensis)
203-Tico-tico-do-campo (Ammodramus humeralis)
204-Canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola)
205-Canário-do-campo (Emberizoides herbicola)
206-Tiziu (Volatinia jacarina)
207-Coleiro-do-brejo (Sporophila collaris)
208-Baiano (Sporophila nigricollis)
209-Papa-capim-de-costas-cinzas (Sporophila ardesiaca)
210-Coleirinho (Sporophila caerulescens)
211-Mineirinho (Charitospiza eucosma)
212-Tico-tico-rei (Coryphospingus cucullatus)

Família Parulidae
213-Canário-do-mato (Basileuterus flaveolus)
214-Pula-pula-de-sobrancelha (Basileuterus leucophrys)

Família Icteridae
215-Xexéu (Cacicus cela)
216-Encontro (Icterus cayannensis)
217-Graúna (Gnorimopsar chopi)
218-Chupim (Molothrus bonariensis)
219-Garibaldi (Chrysomus ruficapillus)

Família Fringillidae
220-Pintasilgo (Sporagra magellanica)
221-Fim-fim (Euphonia chlorotica)
222-Gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea)

Família Estrildidae
223-Bico-de-lacre (Estrilda astrild)

Família Passeridae
224-Pardal (Passer domesticus)

21 de dez. de 2010

O Udu-de-coroa-azul (Momotus momota)


O Udu-de-coroa-azul é uma ave Coraciiforme da família Momotidae. Também conhecido como udu-coroado e juruva.

Mede 44 cm de comprimento. Uma das mais belas aves do Cerrado, o udu se caracteriza pela plumagem de cores espetaculares e a cauda, formada por duas longas penas centrais, em cujas pontas se formam duas raquetes.

É comum, vivendo no estrato baixo ou médio em todo tipo de matas abertas ou densas, matas ciliares, cerradões e áreas esparsamente arborizadas. Espécie bastante flexível ecologicamente, pode ocorrer até em pequenas matas em parques urbanos, ocupando áreas antrópicas anexas ao seu biótopo. Desaparece em áreas de monocultura e pecuária extensivas, pela remoção completa da vegetação natural.

A espécie é comum nas matas ciliares abertas ao longo do Rio das Almas (obs. Pessoal).

Vive solitário ou aos pares, com pouca associação entre os indivíduos. Se perturbado, balança a cauda de um lado para o outro. Não teme o ser humano, permitindo uma boa aproximação.

Permanece pousado imóvel por algum período, voando repentinamente até a folhagem, galhos ou o chão para apanhar presas. Tem dieta mista, composta por frutos e artrópodes, peixinhos, anfíbios, répteis, pequenos mamíferos, pássaros e seus filhotes. Segue formigas-de-correição, eventualmente.

O canto é semelhante ao de uma coruja, emitido mais freqüentemente no clarear e escurecer, embora possa ser escutado a qualquer hora do dia e da noite.

O período reprodutivo é de julho a novembro. Nidifica em buracos escavados em barrancos ou no solo, onde escava seu túnel de 0,6 a 4 metros de profundidade, chocando entre 3 e 5 ovos brancos.

O João-de-barro (Furnarius rufus)


O João-de-barro (Furnarius rufus) é uma ave Passeriforme da família Furnariidae. Também conhecido como barreiro e forneiro.

Mede 20 cm de comprimento. Um dos pássaros mais populares do Brasil Central, o joão-de-barro é muito comum em todo o Cerrado, especialmente em áreas antrópicas.

Caminha pelo chão, frequentemente pousado em postes, cercas, galhos isolados e outros pontos que permitam uma boa visão dos arredores.

Vive geralmente aos casais, mas pode ser visto alimentando-se em pequenos grupos. O casal canta em dueto (macho e fêmea juntos).

Alimenta-se de artrópodes e sementes capturados diretamente no solo, onde anda em rápidas passadas interrompidas por um passo mais lento, onde dá um curto intervalo, mantendo uma das pernas erguidas. Revira folhas e também vasculha troncos caídos em busca de alimento. Pode associar-se a pássaros campestres gregários como o pica-pau-do-campo (Colaptes campestris) ou o sabiá-do-campo (Mimus saturninus) e pode ser observado ciscando no solo juntamente com pardais, rolinhas e tizius.

O joão-de-barro é uma das aves que tem o ninho mais conhecido. Faz um ninho de barro em forma de forno, do tamanho aproximado de uma bola de futebol, de onde derivam o nome popular e o da família (furnariidae).

Juntos, o casal escolhe um galho grosso, um poste ou o telhado de uma casa e transportam para lá, com o bico, barro úmido e esterco misturado à palha, cujas proporções dependem do tipo de solo (se arenoso, a quantidade de esterco chega a ser maior do que a de terra). No interior do ninho há uma parede que separa a entrada e a câmara incubadora, construídos para diminuir as correntes de ar e o acesso de possíveis predadores. Terminada a construção, o casal o forra internamente com palha e capim, onde são depositados de três a quatro ovos a partir de setembro.

Um ninho pesa em torno de 4 kg e sua construção demora entre 18 dias e um mês, dependendo da existência de chuvas e, portanto, de barro em abundância. O casal pode construir novos ninhos ao lado e até sobre o ninho do ano anterior, formando “pequenos edifícios”. Essa espécie é frequentemente parasitada pelo chupim (Molothrus bonariensis).

Uma vez abandonados, os ninhos do joão-de-barro podem ser ocupados por outras aves e até por mamíferos, como roedores e cuícas ou por abelhas silvestres.

O Tucanuçu (Ramphastos tucanus)


O Tucanuçu é uma ave Piciforme da família Ramphastidae. O maior dos tucanos mede de 55 a 61 cm de comprimento, sendo a espécie mais comum no Brasil Central. Também conhecido como tucano-toco e tucano-de-peito-branco.

É comum em áreas abertas, chácaras, cerrados, cerradões, matas ciliares, matas de galeria, pastos e até áreas urbanas.

Destaca-se pelo bico enorme, desproporcional ao corpo e de cor amarelo-alaranjado. Leve e constituído de material poroso, o bico é usado com habilidade para manusear desde pequenos frutos até lascas de troncos. O bico também serve na comunicação e no reconhecimento mútuo entre os tucanuçus.

Durante a maior parte do ano vive em casais, percorrendo os subsistemas do Cerrado em busca de frutas, insetos e pequenos vertebrados, principalmente filhotes de aves e ovos.

Visita árvores frutíferas como mamoeiros e abacateiros, em pomares próximos à mata ou na periferia de cidades. A espécie tem uma importante função ecológica como dispersora de sementes.

Também é comum ver a espécie em bandos pelas copas e pelo estrato médio ou sobrevoando rodovias e matas ciliares.

Aparece pousado até em lotes bem arborizados. Gosta de árvores altas, como o pau-de-tucano da borda das matas. Ao se deslocar, geralmente um membro do casal sai primeiro, seguido depois pelo outro. Em vôo, visto pelo dorso, apresenta um grande espelho branco, próximo da rabadilha.

Seu chamado, rouco, é semelhante ao de um sapo, mas muito alto.

O ninho é um oco já escavado por um pica-pau ou um papagaio, muitas vezes no oco de palmeiras como o buriti. Pode também nidificar em barrancos ou ocupar ninhos de pica-pau-do-campo (Colaptes campestris) em cupinzeiros terrestres. O casal choca quatro ovos brancos (coloração típica de ovos chocados por aves que nidificam em cavidades escuras) num leito composto por sementes regurgitadas. Os filhotes saem do ninho após várias semanas, com o bico menor que o do adulto, de cor amarelo-clara e sem a marca preta na ponta.

O Tico-tico (Zonotrichia capensis)


O Tico-tico é uma ave Passeriforme da família Emberizidae.

Mede 15 cm de comprimento. É uma das aves mais conhecidas do Brasil. São características da espécie o pequeno topete, o desenho estriado da cabeça e o colar ferrugíneo. O macho distingue-se da fêmea por eriçar mais frequentemente seu topete.

É comum em paisagens abertas como plantações, fazendas, chácaras e cerrados próximos à borda de matas ciliares, sendo incomum no interior de cidades no estado de Goiás. Abundante em locais altos expostos a ventos frios e fortes. É favorecido pelo desmatamento e pela drenagem de alagados, aumentando sua área de ocorrência. Não ocorre em área de matas contínuas.

Vive em casais isolados, sendo que o macho ataca tico-ticos vizinhos que invadam seu território. Ocasionalmente reúnem-se em pequenos grupos para alimentar-se.

Alimenta-se de insetos, sementes, grãos e frutos procurados no solo ou em pequenos arbustos. É implacável em suas caçadas atrás de insetos, enfrentando aves muito maiores, como o bem-te-vi (Pitangus sulphuratus). É um pássaro de grande importância ecológica, pois come dezenas de insetos por dia.

Faz ninho em forma de tigela aberta e espessa, tecido com raízes e fibras vegetais secas, ficando oculto por touceiras de capim no solo ou em suas proximidades. Põe de 2 a 4 ovos esverdeados e salpicados de vermelho que são incubados durante 12 ou 13 dias.

O tico-tico é o principal alvo do pássaro parasita chupim (Molothrus bonariensis) que frequentemente deposita seus ovos no ninho da espécie, imitando perfeitamente a coloração dos ovos de seus hospedeiros, embora sejam maiores e mais arredondados. O filhote do chupim geralmente nasce primeiro e assim que nasce empurra os outros ovos para fora do ninho, matando-os. Por isso é comum ver o tico-tico alimentando filhotes negros e como o dobro do tamanho dos pais adotivos, que na verdade são filhotes de chupim.
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